Nenhuma dinastia se une sem uma boa dose de sorte, e os Golden State Warriors não tinham escassez na construção da sua.
Se foi o fato de os Timberwolves terem escolhido dois bases à frente de Stephen Curry em 2009 – ou Curry a assinar um contrato amigável pois a sua agência livre restrita coincidiu com uma data de lesões no seu tornozelo, os Warriors terem adquirido Andre Iguodala como um prémio de consolidação por Dwight Howard em 2013, se Klay Thompson e Draymond Green assinarem as suas extensões de contrato em 2016 antes do boom-salarial, ou se uma vez a cada geração aparece um jogador na agência livre como Kevin Durant (e os Warriors terem espaço para poder assinar um jogador como KD) – um conjunto de fatores que se alinharam de maneira a que os Warriors dominassem a Liga durante meia década.
E é então que o seu estado de graça desvanece num período de 72 horas quando os Warriors perdem dois dos seus pilares da sua dinastia com lesões gravissímas e de longa duração em dois jogos consecutivos nas Finais da NBA. Durant reagou o tendão de Aquiles e Klay sofreu um ACL (rotura do ligamento cruzado anterior). Ambos os jogaodres tornam-se agentes livres irrestritos neste verão, e ambos vão perder certamente toda a próxima temporada. Subitamente os Golden State enfrentam um caminho longo e duro pela frente.
A equipa tem estado a prepara-se para continuar sem Durant, mas já foi tempo em que se tinham mais garantias de que Thompson iria reassinar. No entanto, esta lesão não parece que tenha mudado isso, pois os Warriors poderão estar um pouco retissentes em oferecer-lhe um contrato máximo, como tinham á uma semana atrás. As propabilidades indicam que eles vão oferecer-lhe um contrato na mesma, tendo em conta o compromisso e dedicação de Thompson para com os Warriors, e é um dos pilares desta estrutura dos Golden State. Nunca teve uma lesão tão grave.
Dar a Thompson um contrato é uma boa jogada, mas oferecer-lhe $32 milhões por uma temporada que muito possívelmente não irá jogar um único jogo é um tiro no pé para as aspirações dos Warriors em vencer a Conferência Oeste pelo sexto ano consecutivo. É provável que isso os coloque no imposto de luxo, mesmo que eles não retenham Durant.
Não devemos fechar a porta para um regresso de Durant, e os Warriors mostraram-se dispostos a gastar profundamente no imposto. Mas pagar uma conta histórica para uma equipa que pode nem sequer passar a primeira ronda dos Playoffs da próxima temporada seria muito difícil de engolir. E isso sem contar o risco de os dois atletas nunca mais regressarem ao nível que apresentaram durante os últimos anos. Outro fator a ter em conta, é a agência livre de Draymond Green em 2020.
Curry e Green ainda representam uma das melhores duplas do jogo, no entanto, não haverá muita margem para reforçar a equipa à volta deles, e nas Finais, vimos o quão limitada é esta equipa dos Golden State Warriors, quando não está Klay e Durant.
Mas, não é apenas no jogo ofensivo onde os Warriors perdem – perdendo Klay, significa um buraco a termos defensivos, onde os Warriors não têm ninguém para se opôr ao adversário no perímetro com a qualidade de Klay – Iguodala ainda é capaz, no entanto pedir-lhe que faça esse papel por mais de 26 minutos por jogo todas as noites, é simplesmente demasiado para o homem de 36 anos.
Mesmo que a agência livre não traga grandes estrelas para os Warriors, existem muitos jogadores de nível médio que podem ser úteis aos Warriors como, Trevor Ariza, Rudy Gay, Reggie Bullock, Wesley Matthews, Seth Curry, Rodney Hood ou Patrick Beverley – todos eles jogadores equilibrados em ambas as extremidades do campo. Porém, será difícil adquirir qualquer um destes jogadores, se os Warriors não estiverem disponíveis a oferecer contratos de vários anos, o que é uma forte possibilidade tendo em conta a conta que lhes espera em 2020.
No entanto, podem sempre preencher o plantel com veteranos de contratos mínimos. Nunca se sabe ao certo quem estará interessado em assinar um contrato minímo, mas pode haver jogadores dispostos a assinar por um ano em troca de competividade. Caso de David West com os Warriors no passado.
Mencionei bases e extremos como os jogadores mais necessitados, mas não esqueçamos que os jogadores interiores como Kevon Looney e DeMarcus Cousins vão também para a agência livre.
Looney apareceu como uma peça vital nesta temporada, sendo o mais confiável do banco. Ele é limitado ofensivamente, mas é um forte ressaltador, forte defesa e muito móvel que oferece flexibilidade à equipa. Perder Thompson e Durant, no entanto, pode mudar os cálculos dos Warriors para o centro. Cousins oferece a habilidade ofensiva que Looney não consegue, no entanto a sua mobilidade ficou prejudicada com a lesão no tendão de Aquiles na temporada passada.
Não é certo que eles regressem à equipa, e talvez os Warriors estejam prontos a dar tempo integral a Damian Jones, ou Jordan Bell, ou até mesmo novamente em Andrew Bogut. Por enquanto, existe muitas dúvidas no centro dos Warriors.
Na verdade, os Warriors têm pontos de interrogação por toda a parte.
Os Warriors estavam sobrecarregados mesmo quando Durant e Thompson estavam saudáveis. O que acontece quando Iguodala e Green não conseguem mais dar-se ao luxo de jogar a temporada inteira? Curry irá certamente ter ainda mais peso nestes Warriors, e o seu nível de desgaste vai aumentar, será que aguenta?
Quão bom podem ser estes Warriors enquanto esperam por Klay (e possivelmente Durant)? Na próxima temporada iremos descobrir se o núcleo duro de há quatro anos atrás ainda consegue ser competitivo ao ponto de manter os Warriors no topo da Conferência Oeste.
Agora mais do que nunca, a saúde é um fator determinante para a próxima temporada dos Golden State Warriors.